Devemos esperar o regresso do furacão Gabrielle? Os meteorologistas explicaram em detalhe

Imagem de furacão e pessoa enfrentando enchente urbana em dia chuvoso.

A previsão do tempo deste final de setembro traz consigo uma narrativa de vento, chuva e ondas que desafia até os mais atentos à meteorologia. Ainda que o clima seja parte integrante do nosso dia a dia, há fenómenos que nos obrigam a adotar precauções extra. O recente alerta do Instituto Português do Mar e da Atmosfera agita a nossa rotina, deixando muita gente curiosa: até onde chegarão os efeitos do ciclone Gabrielle? Há um detalhe surpreendente que poderá pôr à prova os nossos hábitos habituais.

Gabrielle: a força que chegou do Atlântico

Não é todos os dias que vemos o Instituto Português do Mar e da Atmosfera emitir sucessivos alertas sobre um ciclone de origem tropical. Formado no Atlântico central, o ciclone Gabrielle surpreendeu ao atingir a categoria 4, com ventos sustentados que chegaram aos impressionantes 225 km/h no seu auge. No entanto, as águas frias e o vento forte em altitude acabaram por enfraquecê-lo antes de alcançar a nossa costa, transformando-o numa depressão pós-tropical ainda capaz de causar impacto.

No coração dos Açores, durante os dias 25 e 26 de setembro de 2025, Gabrielle demonstrou a sua força, especialmente na Serra de Santa Bárbara, na ilha Terceira, onde rajadas de vento alcançaram 185 km/h. O mar esteve agreste, com ondas a atingirem os 12 metros, criando situações de risco e provocando mais de 100 incidentes, entre quedas de árvores e danos em infraestruturas.

Pessoa em prancha de surf no oceano a desfrutar das ondas

A caminho do continente: o que esperar?

À medida que Gabrielle se aproxima do continente, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera mantém a população informada sobre as alterações previstas para os próximos dias. A depressão pós-tropical desloca-se a cerca de 50 km/h na direção leste-nordeste, trazendo consigo ventos significativos, chuva intermitente e mar alterado.

Entre 29 e 30 de setembro de 2025, muitas localidades deverão sentir ventos fortes, precipitação e uma descida temporária da temperatura. Não será apenas o litoral a estar em alerta; regiões elevadas, como a Serra da Estrela, também poderão ver rajadas particularmente intensas.

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Detalhes regionais: como o ciclone Gabrielle está a impactar cada zona

Localidade/RegiãoCondições meteorológicas detalhadas
Açores (Serra de Santa Bárbara, Terceira)Rajadas até 185 km/h, ondas de 12 metros, chuvas intensas, 50-100 mm acumulados
Região Central dos Açores (Terceira, Pico, São Jorge)Ventos 60–90 km/h, chuvas intermitentes 5–15 mm/hora, mar agitado com ondas de 4–6 metros
Continente (Porto, Lisboa, Serra da Estrela, Algarve)Rajadas 50–80 km/h (até 100 km/h na Serra da Estrela), precipitação 10–30 mm, ondas 3–5 metros, descida de temperatura para 18–24 ºC

Acontecimentos marcantes e dicas para enfrentar a instabilidade

"O alerta amarelo do IPMA para vento e agitação marítima recorda-nos que não devemos subestimar o poder do Atlântico nesta altura do ano."

As últimas horas foram marcadas por episódios de evacuação e incidentes localizados, mas sem vítimas graves. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera aconselha vigilância constante, sobretudo nas zonas costeiras e nas áreas onde o mar está mais revolto. Com rajadas ainda em torno de 60 a 90 km/h nos Açores e ventos de até 100 km/h nas serras do continente, o desconforto térmico pode ser surpreendente.

  • Evite deslocações às zonas costeiras onde o mar está alterado, principalmente em locais como Faro, Setúbal e Leiria;
  • Proteja objetos soltos ao ar livre — os ventos podem deslocar mobiliário e causar danos materiais;
  • Nos Açores, mantenha-se atento a possíveis novas inundações e evite circular em áreas de risco;
  • Consulte regularmente o site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera para receber as alertas atualizadas e instruções de segurança;
  • Verifique voos e ligações marítimas, principalmente se estiver nos Açores ou ao viajar para o continente. Aeroportos de Ponta Delgada e Horta poderão ter condicionamentos;
  • Prepare-se para períodos de instabilidade elétrica devido a possíveis quedas de árvores e danos nas linhas;

Olhando em frente: o tempo depois de Gabrielle e o impacto no nosso quotidiano

Segundo as previsões detalhadas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Gabrielle deverá dissipar-se totalmente até 1 de outubro de 2025. Passada esta fase, espera-se um regresso gradual à normalidade, com céu parcialmente nublado e temperaturas mais amenas a rondar os 20 a 26 ºC.

Apesar de não existirem alertas vermelhos, o estado amarelo mantém-se para vento e agitação marítima, exigindo cautela acrescida. Este episódio recente salienta como a vigilância constante do Instituto Português do Mar e da Atmosfera se tornou essencial para proteger o nosso dia a dia e antecipar desafios que podem afetar transportes, lazer, ou simplesmente o modo como nos vestimos cada manhã.

Do Porto à Serra da Estrela, passando pelos Açores e chegando ao litoral sul, a nossa rotina foi posta à prova. Resta-nos apostar em comportamentos prudentes e valorizar, cada vez mais, a informação rigorosa do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que continua a ser o nosso farol nestes dias agitados.

Já sentiu algum episódio de ventos fortes destes na sua cidade? Partilhe nos comentários – cada experiência ajuda a tornar as nossas comunidades mais resilientes perante os fenómenos atlânticos do outono.

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